O Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), criado em 1986 pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), impacta a gestão de frotas. Por isso, é fundamental que os gestores se mantenham atentos.
Isso porque o programa tem como intuito cuidar do controle da qualidade do ar nos centros urbanos.
Logo, ele garante que todos os novos veículos funcionem nos limites de emissões permitidos, por meio de uma série de normas regulamentadas que incluem o teste de escapamentos.
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Então, vamos entender melhor sobre esse tema e como ele impacta diretamente na sua gestão?
Continue lendo!
O que é o Proconve?
Quais são as fases do Proconve?
Qual é a função do Proconve na gestão de frota?
Por que adotar medidas sustentáveis na sua gestão de frota?
O que é o Proconve?
Basicamente, o Proconve é um projeto de lei que foi instituído em 1986 pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
Atualmente, ele é a maior ferramenta responsável por tratar questões ambientais no mercado da logística.
O Proconve atua com a intenção de controlar e reduzir a emissão de poluentes gerados por automóveis considerados leves, assim como os da sua frota, e também os mais pesados.
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Dessa forma, ele estipula o que pode ser feito para reduzir essas emissões e incentivar a preocupação das pessoas com os índices de poluição.
A fim de entender melhor, você precisa conhecer as várias fases do Proconve. Continue para saber mais:
Quais são as fases do Proconve?
Confira abaixo quais são as 7 fases determinadas pelo Proconve:
P1
Início: 1987
Objetivo: controlar a emissão de fumaça produzida por caminhões e ônibus urbanos.
Principais mudanças: a fase inicial do programa, denominada de P1, foi responsável por reduzir as emissões de Material Particulado dos veículos pesados em 20% de NOx (óxido de nitrogênio) em 12%.
Logo, isso aconteceu porque os veículos tiveram pequenas modificações tecnológicas, entre elas, a recalibragem dos sistemas de injeção de combustível.
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P2
Início: 1994
Objetivo: limitar os ruídos produzidos por veículos em aceleração e determinar melhor como funcionaria o processo de inspeção dos veículos a diesel.
Principais mudanças: melhora no sistema de injeção e implantação do sistema de resfriamento do ar de admissão.
Por isso, foram feitas mudanças nas câmaras de combustão.
P3
Início: 1996
Objetivo: limitar a emissão de gases poluentes e enxofre.
Principais mudanças: os fabricantes de veículos mudaram os componentes na estrutura dos automóveis para obter sucesso nesta etapa.
Além disso, foi aqui que os caminhões ganharam bombas injetoras de alta pressão, turbo e intercooler enquadrados à nova legislação.
P4
Início: 2000
Objetivo: atender às regras estipuladas pelo CONAMA em pelo menos 80% dos veículos.
Principais mudanças: nesta fase, os motores e sistemas de injeção começaram a contar com um conjunto de multiválvulas. A partir daqui, essas multiválvulas precisavam constituir nível máximo de 4,00 g/kW.h de CO e 7,00 g/kW.h de NOx.
Além disso, o limite para o Material Particulado foi determinado em 0,15 g/kW.h e o teor de enxofre permitido para óleo diesel continuaram entre 3 000 e 10 000 ppm.
P5
Início: 2004
Objetivo: implementar diversas inovações em parceria com montadoras e refinarias.
Principais mudanças: esta etapa trouxe mudanças significativas – a começar pela otimização dos combustíveis, motores que passaram a ter injetores de alta pressão, turbo e intercooler. Nesta etapa, o teor de enxofre caiu e ficou estabelecido entre 500 e 2 000 ppm.
Além disso, os limites de CO e NOx também tiveram mudanças e ficaram determinados em 2,10 g/kW.h e 5,00 g/kW.h, respectivamente. O Material Particulado também teve uma queda significativa e ficou estabelecido em 0,13 g/kW.h.
P6
Início: 2009
Esta foi uma fase diferente das outras até aqui, onde reformulações foram necessárias, uma vez que o Brasil não conseguiu atingir os limites estabelecidos pelo programa para diminuir os gases poluentes, determinados na fase anterior.
Dessa forma, estudos indicam que o principal motivo para isso foi a falta do diesel adequado.
P7 (Fase atual)
Início: 2012
Objetivo: reduzir 60% das emissões de óxidos de nitrogênio.
Principais mudanças: a principal mudança determinada a partir de 2012 até então é a ampliação do Arla 32, composto químico injetado no escapamento dos automóveis que possuem sistema SCR, capaz de reduzir em até 98% o NOx.
Dessa forma, será possível reduzir a incidência de chuvas ácidas e fumaça tóxica.
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Como você pôde perceber, o Proconve trouxe muitos benefícios para o meio ambiente e o planeta. Entre eles:
- Redução de 98% na emissão de poluentes causados por veículos, embora tenha aumentado o número de frotas no Brasil;
- Melhor qualidade do ar nas grandes cidades, que implica diretamente na qualidade de vida da população;
- Mais tecnologia no mercado automotivo nacional;
- Melhoria da qualidade dos combustíveis automotivos.
Por fim, agora que você já entendeu melhor o cronograma do Proconve, continue a leitura para entender melhor como ele impacta na sua gestão de frota:
Qual é a função do Proconve na gestão de frota?
Primeiro, um dos objetivos indiretos do Proconve é levar para sua frota muitos benefícios comerciais.
Assim, uma dessas vantagens é a grande redução dos custos a curto e longo prazo, uma vez que essas atualizações nos veículos ajudam a ter menos gastos com combustível, óleo e até manutenção.
Além disso, como o intuito do Programa é promover a melhoria das características técnicas dos combustíveis líquidos com o intuito de reduzir as emissões poluidoras à atmosfera, a tendência é que tenhamos à disposição dos veículos nacionais produtos de maior qualidade.
Logo, é importante que você saiba também que, quando o assunto é Proconve, todos serão responsabilizados e devem cumprir as regras.
Embora o último envolvido no processo seja o gestor de frota, ele tem tanta responsabilidade quanto às montadoras ao adequarem os seus veículos e as petroquímicas, na busca de combustíveis menos poluentes.
O seu papel no que diz respeito ao Proconve é renovar sua frota com veículos que seguem as regulamentações do Programa.
Por que adotar medidas sustentáveis na sua gestão de frota?
Porém, além de todas essas questões financeiras, o Proconve também é importante para tornar sua frota mais sustentável, o que leva benefícios não só para sua empresa, mas para a sociedade a curto, médio e longo prazo.
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Para você ter uma ideia, prevê-se que, em 30 anos, o Proconve deve reduzir:
- As emissões acumuladas de veículos em até 130 mil toneladas de partículas inaláveis soltadas pelos escapes;
- 110 mil toneladas de carbono negro;
- 12 milhões de toneladas de óxido de nitrogênio;
- 2,7 milhões de toneladas de monóxido de carbono;
- 24 mil toneladas de hidrocarbonetos.
Assim, a vantagem que esses números levam para o meio ambiente é enorme. Indiretamente, este plus na sustentabilidade impacta sua empresa porque um planeta mais sustentável reflete diretamente na qualidade de vida sua e da sua equipe.
Isso é importante também porque, quando se trata de gestão de frota, é vital pensar no impacto que suas decisões terão no futuro não apenas da sua empresa, mas do mundo ao seu redor.
Por isso, nossa dica final é, caso você ainda não tenha feito, deve fazer um balanço do impacto ambiental de sua frota. Então, é indispensável pensar em soluções sustentáveis quando se trata de veículos.
Afinal, o setor está crescendo e, com ele, as emissões de carbono associadas também tendem a crescer.
No entanto, se os gestores de frotas tomarem as medidas agora para adotar alternativas mais sustentáveis, além de economizar dinheiro, sua gestão também estará à frente da curva no movimento de sustentabilidade.
Por fim, quer saber mais sobre gestão de combustível, como economizar na sua frota e, consequentemente, ter atitudes mais sustentáveis?
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