Em 2025, ter um carro será como ter um DVD hoje. Pelo menos essa é a visão do CEO da Lyft, maior concorrente do Uber, e reflete um cenário em que a posse do automóvel está sendo cada vez mais questionada e as possibilidades do carsharing avaliadas.
Talvez como resposta aos aplicativos de transporte de passageiros, o compartilhamento de carros passou a ser uma tendência mundial e em crescimento.
A estimativa é que, em 2023, cerca de 227 milhões de pessoas sejam adeptas ao carsharing e existam pelo menos 1,2 milhões de carros disponíveis para a modalidade.
Sendo assim, além de contribuir com a redução de veículos nas ruas, ainda pode melhorar o trânsito e gerar novas oportunidades de negócio para as empresas do segmento.
Portanto, vamos nos aprofundar no assunto, explicar o que é carsharing e mostrar como a tendência impacta a gestão de frotas.
O que é carsharing?
Como é o mercado de carsharing no Brasil e no mundo?
Quais são os seus benefícios?
Como a tendência impacta a gestão de frotas?
Vale a pena investir em carsharing?
O que é carsharing?
Carsharing nada mais é do que uma modalidade de compartilhamento de carros que vem ganhando cada vez mais adeptos ao redor do mundo.
Em resumo, os usuários podem alugar os veículos por meio de aplicativos ou plataformas online.
Vemos os mesmos exemplos de economia compartilhada em empresas como Airbnb, por exemplo.
O modelo de transporte é uma alternativa mais econômica e sustentável para quem precisa se deslocar com frequência, mas não quer arcar com todos os custos relacionados a um carro próprio.
Além disso, o carsharing também contribui para a redução do trânsito e da poluição nas grandes cidades.
Com ele, é possível escolher o carro mais adequado para cada necessidade e pagar somente pelo tempo de uso.
Ou seja, é uma opção moderna e inteligente para quem busca praticidade e economia no dia a dia.
Na prática, existem alguns modelos diferentes de carsharing, cada um com suas particularidades:
- Round-trip: o usuário aluga o carro por um período de tempo determinado e precisa devolvê-lo no mesmo local de retirada.
- One-way: permite que o veículo seja deixado em outro ponto da cidade após o uso.
- Peer-to-peer: o carro é alugado diretamente de outro proprietário.
- Corporate carsharing: voltado para o meio corporativo e permite que os funcionários compartilhem veículos da própria empresa.
Desse modo, cada tipo de carsharing tem suas vantagens e desvantagens, então, cabe ao usuário escolher aquele que melhor se adapta às suas necessidades.
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Como é o mercado de carsharing no Brasil e no mundo?
No Brasil, uma pesquisa da Deloitte revelou que 62% dos jovens não acham mais necessário possuir um veículo no futuro.
Ainda que o mercado de carsharing seja relativamente novo por aqui, tem apresentado um crescimento considerável e constante nos últimos anos:
- Turbi: utiliza o modelo round-trip e disponibiliza seus serviços na cidade de São Paulo.
- Beep Beep: promove o compartilhamento de carros elétricos.
- Velo-City: opera no modo free float, que permite deixar o veículo estacionado em qualquer lugar ,e atua na cidade do Rio de Janeiro.
- moObie: concentra suas atividades no formato peer-to-peer.
- VEC Itaú: conta com carros elétricos e uma estrutura para recarga de bateria, onde o usuário retira o veículo em uma das estações da empresa e devolve em outra unidade.
O CEO da Turbi, Diego Lira, diz que o carsharing complementa as demais opções de mobilidade.
Isso porque há uma lacuna entre plataformas como Uber e o aluguel tradicional que está sendo preenchido pela solução.
Para o fundador da Velo-City, Daniel Bittencourt, as pessoas não deixaram de gostar de dirigir: elas não gostam dos problemas de manutenção, de fazer revisão e de pagar por um ativo que está parado.
Não é à toa que o mercado mundial de compartilhamento de carros chegou a valer US$ 34 bilhões, em 2018, e pode atingir US$ 103 bilhões até 2025. Assim como demonstrou a pesquisa Carsharing Marketing & Growth Analysis.
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Panorama nacional do carsharing
Como vimos anteriormente, o Brasil também já tem seus próprios cases de carsharing.
Uma das iniciativas foi do empresário Leonardo Domingos, que já vinha de uma experiência de aluguel de carros de luxo à frente da LDS Group e do seu sócio no projeto, Paulo Moura.
A proposta da Urbano é diferente das outras empresas que já surgiram no país com projetos de compartilhamento de carros, garante Moura.
“Existem três pontos que diferenciam a Urbano de todas as iniciativas no Brasil: a abordagem como modal de transporte público, a nossa frota e a adoção do modelo de free floating”.
Desse modo, o carsharing da Urbano é mais uma opção para esses usuários. Isso porque a empresa oferece seus carros como uma nova opção de transporte público.
A nova geração de jovens desacredita a posse e tem o transporte urbano e compartilhado como uma alternativa de deslocamento, muitos trocaram seus carros pelo ônibus ou pela bicicleta.
“Apesar do diferente mindset dessa geração, não é ela o único público da Urbano, mas sim qualquer pessoa que precise de uma mobilidade mais ágil e que acredite tenha parado para pensar nas vantagens do novo modal”, destaca Moura.
Outro diferencial da Urbano é a frota de veículos oferecida por eles: os veículos são diferenciados e as opções variam entre veículos a combustão e veículos elétricos.
A prática do free floating também pesa na prática: ao contrário das locadoras tradicionais de veículos, que limitam os locais de empréstimo e devolução do carro, a Urbano possibilita que os carros compartilhados sejam locados e deixados em qualquer ponto da cerca eletrônica estipulados por ele.
Paulo Moura explica que isso só é possível porque eles trabalham com uma malha de carros conectados, com aplicação mobile, geofencing (conexão entre mapa e objeto) e outras inovações que a Internet das Coisas possibilitou.
O principal desafio do carsharing no Brasil é o mesmo que no resto do mundo, explica Moura: a legislação, a burocracia causada pela falta de apoio para a pesquisa e o desenvolvimento desses projetos aqui.
Apesar disso, a perspectiva de crescimento é boa: “O mercado de carsharing no Brasil vai ter um grande crescimento nos próximos anos. Nossas projeções indicam um potencial para mais de 30.000 carros compartilhados no país. Considerando exemplos, como na Europa e Canadá, uma cidade com 1,5 milhão de habitantes comporta até 3.000 carros. E por solucionar o problema do trânsito e da poluição, esse tipo de modal tem o ambiente perfeito para se desenvolver por aqui. Somos líder nesse novo mercado e temos a projeção de ter 1.200 carros em São Paulo em menos de 3 anos”, acredita Moura.
Panorama internacional do carsharing
Lá fora, onde os novos serviços de mobilidade compartilhada funcionam há mais tempo, a mudança de comportamento já começou a acontecer.
No Reino Unido, por exemplo, um terço das famílias jovens com até 34 anos não tem veículo em casa. Ou seja, um aumento de 20% em 18 anos.
Isso acontece porque alternativas ao carro próprio estão crescendo em ritmo acelerado.
Para alguns especialistas do setor automotivo, os serviços de carona e de carsharing serão apenas as primeiras etapas de uma grande revolução que vai culminar nos carros autônomos.
Sendo assim, a mobilidade está cada vez mais sendo encarada como um serviço e, por isso, a conveniência e a facilidade de acesso são determinantes para a escolha de um modal.
É esse diferencial que as empresas de carsharing estão tentando potencializar em todo o mundo.
Utilizando das mais novas tecnologias digitais para tornar a mobilidade mais inteligente e resolver problemas como a ociosidade de veículos, os altos custos de um carro próprio e a poluição causada pelos veículos à combustão.
Para se ter uma ideia, os carros ficam parados, em média, 95% do tempo. Sendo assim, durante esse período, ele está totalmente ocioso, apenas ocupando espaço em garagens, estacionamentos ou vagas direcionadas.
Sem dúvidas, o carsharing é uma tendência em expansão. Vancouver, no Canadá, tem mais de 3 mil carros compartilhados, que são utilizados por 2,5 milhões de pessoas.
Já em Montreal, as discussões sobre o compartilhamento de carros estão mais avançadas.
O plano de mobilidade da cidade está estudando como integrar o carsharing aos veículos elétricos e autônomos.
A ideia é ter diversos polos de mobilidade, com ofertas complementares. Em um raio de 100 metros, o usuário vai ter a chance de encontrar carro compartilhado, bike parking, ônibus, metrô e etc.
Portanto, o carro compartilhado é um sinal de um futuro multimodal que já está sendo levado em consideração.
Outro case interessante está acontecendo na Cidade do México. Com 9 milhões de carros circulando, a região tem um dos piores índices de congestionamento do mundo: a população passa, em média, 3 horas por dia dentro do carro.
“Nós confiamos na sociedade e eles nos pagaram com respeito”, disse Jimena Pardo, CEO da Carrot, em um evento realizado no Canadá.
Recentemente, uma pesquisa realizada com os usuários desse sistema de carsharing da Cidade do México, revelou que:
- 20% venderam os seus carros
- 74% adiaram a decisão de comprar um veículo
- 30% estão dirigindo menos
Um comportamento parecido também está sendo compartilhado pelos usuários da Zipcar, nos Estados Unidos.
Em pesquisa realizada pela companhia, 80% dos “zipsters” revelaram que não possuem carro próprio e 43% disseram que venderam o seu após começarem a utilizar o serviço.
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Quais são os seus benefícios?
Um carro compartilhado significa, em média, menos 13 automóveis no trânsito, segundo a Universidade da Califórnia.
Para os especialistas do MIT, quando o carsharing tomar conta das cidades, nós vamos precisar de apenas 20% dos veículos que usamos hoje em dia. Já imaginou o impacto disso na estrutura dos espaços urbanos?
Isso representa mais espaço para pedestres e ciclistas e uma oportunidade para as pessoas explorarem a cidade de uma nova forma.
Desse modo, os usuários se beneficiam de economia com gasolina, taxas de estacionamento, despesas com manutenção, impostos, registro de veículos, seguros e outros custos mensais fixos.
Sendo assim, separamos alguns dos principais benefícios do carsharing:
- Reduz a emissão de gases poluentes
- Atua em conjunto e confere suporte para o transporte coletivo
- Confere mais previsibilidade para o dimensionamento de frotas
- Diminui a necessidade de grandes espaços para estacionamento
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Como a tendência impacta a gestão de frotas?
A busca pela redução de custos e de impactos causados pelas frotas no meio ambiente não é nenhuma novidade para os gestores.
No exterior, o carsharing já é uma alternativa para as empresas do setor. Isso porque os custos de manutenção, seguros, depreciação e administração são reduzidos com o compartilhamento de carros.
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Além dos benefícios econômicos e ambientais, o compartilhamento de carros também oferece maior flexibilidade aos usuários.
Isso porque é possível escolher o veículo ideal para cada ocasião, sem grandes compromissos.
Por exemplo, se um condutor precisa de um carro maior para determinado serviço, ele pode simplesmente reservar um modelo adequado para essa tarefa em específico.
Isso reduz a necessidade de ter vários tipos de veículos na frota, o que pode ser uma vantagem para empresas que têm limitações de espaço para armazenamento.
Ou ainda a parte dos veículos em ociosidade da frota pode ser destinada aos serviços de carsharing, o que gera mais receita para a sua empresa.
Como o carsharing é baseado em tecnologia, é possível monitorar o uso dos veículos em tempo real. Sendo assim, não deve ser considerado uma ameaça.
Ao invés disso, o compartilhamento de carros pode ser visto como uma oportunidade de revisão, expansão ou até mesmo parceria de negócios.
Em média, cada veículo eliminado na gestão de frotas e trocado por um carro compartilhado promove uma economia anual de 15 a 20 mil reais de despesas.
Portanto, a solução de mobilidade inteligente pode trazer inúmeros benefícios tanto para as empresas quanto para os usuários.
Vale a pena investir em carsharing?
O crescente apelo pela sustentabilidade no transporte instigou muitas empresas a buscarem alternativas mais eficientes para gerenciar suas frotas de veículos.
Como vimos ao longo do conteúdo, o carsharing conta com uma série de benefícios para os adeptos, inclusive na gestão de frotas.
Além disso, os benefícios de redução de custos, praticidade e lucratividade chamam a atenção.
Então, é natural que essa modalidade de economia compartilhada ganhe cada vez mais espaço na gestão de frotas.
Portanto, estar preparado para não perder oportunidades de negócio é vital para se destacar em frente à concorrência.
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- Redução de custos
- Aumento de produtividade
- Diminuição de acidentes
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