“Motorista dorme ao volante, perde o controle da direção e carro capota”. A manchete sobre fadiga no trânsito é trágica é, infelizmente, bastante comum nos noticiários brasileiros.
Basta uma rápida busca no Google com as palavras “dorme” e “volante” para nos depararmos com milhares de notícias de acidentes que repetem praticamente a mesma história: motoristas que sentiram sono ao volante e, ao invés de parar para descansar, acharam que poderiam enfrentar o percurso. Uma escolha perigosa, mas corriqueira para grande parte dos condutores.
Conforme o artigo publicado pelo Dr. Dirceu Rodrigues Alves, Diretor de Comunicação e do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), 42% dos acidentes são causados pelo sono e 18% pela fadiga.
A sensação de cansaço, segundo ele, compromete a atenção, a concentração, o raciocínio e a percepção, o que caracteriza uma condição insegura para dirigir. “Além disso, a resposta motora vai ser tardia e a sensibilidade tátil, da visão e da audição também ficam comprometidas. A fadiga, o sono e o cansaço levam ao acidente. Eles representam um perigo para a segurança veicular e os motoristas, percebendo um desses fatores, devem parar de dirigir e buscar uma forma de descansar e dormir”, explicou.
Quando o motorista se esforça para dirigir mesmo demonstrando algum desses sinais, ele fica mais suscetível a ter micro cochilos, adormecimentos que podem durar de uma fração de segundo até 3 a 14 segundos.
“Ao dirigir, o motorista faz movimentos repetitivos com braços, pernas, coluna vertebral, ele movimenta o corpo todo apesar de estar sentado.Esses movimentos levam à fadiga física, mental e ocular, que levarão o indivíduo ao torpor e do torpor à sonolência. É aí que ele fica suscetível a ter micro cochilos e micro cochilos são sinônimos de acidentes graves ou gravíssimos, sem nenhum sinal de frenagem do veículo”, alertou.
Segundo o médico, os micro cochilos são ainda mais comuns em motoristas que dirigem profissionalmente, pois costumam ter jornadas longas, passando de 12h a 14h dentro de um veículo.
Ele recomenda que, para uma direção segura, os motoristas tenham apenas 8 horas de atividades e façam pausas a cada 2 horas. “Nessas pausas, os condutores devem sair do veículo, caminhar e fazer o alongamento da musculatura. Isso melhora a oxigenação do corpo, do cérebro e libera endorfina, que atua como um analgésico provocando uma sensação de bem-estar”, destacou.
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Além das pausas, é importante fazer esses movimentos antes e depois de dirigir. Então, se aprofunde mais no assunto:
Quais são as consequências da fadiga no trânsito?
Sinais de fadiga no volante
Fatores de risco para fadiga no trânsito
Como prevenir a fadiga dos seus motoristas no trânsito?
Tecnologias de prevenção de fadiga no volante
Quais são as consequências da fadiga no trânsito?
Outro fator importante e que deve ser evitado é dirigir durante a noite. O Dr. Dirceu Rodrigues Alves explica que o nosso organismo libera a cada 12 horas um hormônio chamado melatonina, que é indutor do sono.
Esse hormônio é produzido em pouca quantidade durante o dia e aumenta sua produção, normalmente, em torno das 14 horas, quando nós temos uma sonolência, quase sempre após-alimentar.
Já no meio da madrugada, por volta das 2h ou 3h da manhã (12 horas depois), nós temos uma produção ainda em maior quantidade, pois a melatonina é liberada na ausência de luz.
“Se o motorista estiver dirigindo à noite, com pouca luz, seu organismo vai produzir mais melatonina e a probabilidade dele ficar com sono e ter micro cochilos é muito maior. O risco é grande, por isso, nós sempre recomendamos que a atividade veicular seja feita durante o dia e, se feita durante a noite, apenas em situações de emergência, e com o motorista tendo dormido 8 horas imediatamente antes de pegar o volante”, ressaltou.
Os efeitos da fadiga e da sonolência são tão perigosos que podem ser comparados aos do consumo de álcool. Conforme dados da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), depois de 19 horas de privação de sono há diminuição de desempenho equivalente à observada em indivíduos com teor alcoólico no sangue de 0,70 g/l (aproximadamente igual a seis copos de cerveja ou três de vinho para um homem de 90 kg). “O álcool atua naqueles mesmos fatores que citamos: atenção, concentração, raciocínio e percepção. A diferença é que ele também altera o comportamento do indivíduo”, revelou o médico.
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Para Dr. Dirceu Rodrigues Alves, não adianta tomar remédio ou consumir algum produto que inibe a fadiga. “A fisiologia do organismo não vai responder a isso, apenas às drogas, o que vai fazer com que você fique acordado por mais tempo, mas continue com sua atenção, concentração e raciocínio comprometidos”. O motorista, de acordo com ele, vai continuar em uma situação de alto risco.
Sinais de fadiga no volante
Dirigir longas distâncias definitivamente é uma tarefa desafiadora, tornando a fadiga no volante um problema real, principalmente para frotas leves em que os motoristas precisam se deslocar em rodovias.
Dito isso, um dos primeiros sinais de fadiga ou cansaço no trânsito é a dificuldade em manter os olhos abertos e a cabeça erguida. Além disso, na medida em que a fadiga vai aumentando, se torna mais difícil manter a concentração no trânsito, o que pode resultar em mudanças de faixa, direção errática ou até mesmo cochilos rápidos ao volante.
Seguindo adiante, outro sinal de fadiga no trânsito é a diminuição da capacidade de resposta. Ou seja, os motoristas cansados podem não reagir tão rapidamente a mudanças no tráfego ou a situações de emergência, como um animal na pista. Sem contar que o cansaço também pode afetar a capacidade de julgamento do motorista, tornando as decisões mais arriscadas e inseguras.
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A coordenação e o equilíbrio do motorista também são afetados, o que torna a direção ainda mais difícil, principalmente ao realizar manobras delicadas, como estacionamento em espaço aberto ou até mesmo uma simples curva.
Alguns outros sinais também incluem irritabilidade, impaciência e falta de atenção.
Fatores de risco para fadiga no trânsito
Além dos sinais da fadiga, também é crucial entender os fatores de risco que podem levar à fadiga no volante. Afinal, conhecê-los pode ajudar sua gestão de frotas leves a planejar melhor as viagens dos seus motoristas e reduzir o risco de cansaço durante a condução do veículo.
O primeiro fator de risco, obviamente, é a falta de sono. Quando o condutor não dorme o suficiente, seu corpo fica mais cansado e sua capacidade de concentração e coordenação é afetada, tornando ainda mais perigoso dirigir à noite ou durante longos períodos sem fazer paradas.
Outro fator de risco é o horário de condução. Somos biologicamente “programados” para dormir à noite, portanto, dirigir nesse horário de pico da fadiga, entre a meia-noite e seis da manhã, é ainda mais perigoso. Além disso, também é importante lembrar que é possível ter sonolência após refeições pesadas ou durante o uso de alguns medicamentos.
Seguindo adiante temos a duração da viagem, já que dirigir por um longo período de tempo exige concentração, que é afetada conforme vai aumentando o cansaço. Diante disso, é recomendado que seus motoristas façam, ao menos, pequenas pausas a cada duas horas de condução.
Por fim, outros fatores como estradas monótonas e hábitos pessoais também podem aumentar a fadiga.
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Como prevenir a fadiga dos seus motoristas no trânsito?
Mas e o que a gestão de frotas pode fazer para prevenir essas situações de cansaço e dar mais segurança para seus condutores? Bom, separamos algumas ações preventivas que podem ajudar:
- Descanso adequado antes da viagem: antes de pegar a estrada, é fundamental que os motoristas tenham uma boa noite de sono, contando entre 7 e 8 horas de sono ininterrupto antes de dirigir.
- Pausas regulares durante a condução: outro ponto importante é incentivar os motoristas da frota a realizarem pequenas pausas durante a condução, principalmente em viagens longas. Durante essas pausas, é necessário alongar-se, beber água e se movimentar um pouco.
- Treinamento e equipamentos de segurança: fornecer treinamento em sua gestão de frotas leves para que seus motoristas saibam identificar sinais de exaustão é outra medida fundamental. Além disso, o uso de equipamentos de segurança como um cinto de segurança confortável e sistemas de navegação atualizados também ajudam.
- Ambiente de trabalho saudável e apoiador: seguindo adiante, os motoristas também podem ser afetados por diversos fatores de estresse no trabalho, como pressão para cumprir prazos curtos ou longas horas de trabalho. Portanto, promova hábitos de vida saudáveis, como alimentação adequada e exercícios físicos regulares, além, é claro, de um ambiente de trabalho saudável.
- Tecnologia: a tecnologia é outro fator importantíssimo para evitar a fadiga no volante, criando soluções que ajudem a manter o motorista atento e a identificar sinais de cansaço. Vejamos mais a seguir.
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Tecnologias de prevenção de fadiga no volante
Como você viu anteriormente, existem algumas tecnologias feitas especialmente para aumentar a segurança dos motoristas na gestão de frotas leves, inclusive em situações de fadiga no trânsito, que é o caso do Golfleet Videotelemetria.
Entre as funcionalidades que ajudam a evitar a fadiga na condução, podemos citar:
- Vídeo Tracking: responsável pelo posicionamento do veículo e pelo monitoramento da velocidade, gerando alertas em casa de velocidade máxima excedida em pista seca, por exemplo.
- Verbal Coaching: mais do que alertar os condutores de suas infrações, o verbal coaching dá dicas de segurança e conscientiza para uma direção e um trânsito mais seguros. Assim, sempre que o condutor ligar ou desligar o veículo, ou ainda exceder a velocidade permitida ou retornar para ela, o Golfleet Videotelemetria conversará com ele, ajudando-o a manter-se alerta.
Que tal adotar todas essas medidas em sua gestão de frotas leves? Garanta um ambiente seguro e saudável para o seu motorista, além dos equipamentos necessários para aumentar a segurança no trânsito: