Apoiar a mão na alavanca de câmbio, manter o pé na embreagem e dirigir com o braço para fora da janela. Esses são apenas três exemplos de vícios ao volante que você com certeza já observou em alguém ou em si mesmo.
O tempo passa e é comum que uma simples prática se transforme em um hábito automático. Muitas vezes, adquirimos comportamentos que parecem inofensivos, mas quando se trata de dirigir, isso pode representar um perigo real.
Em primeiro lugar, porque é prejudicial para o funcionamento do carro. Mas o lado que mais requer atenção dessa história é, na verdade, o risco que coloca sobre as pessoas no veículo.
Para entender o que são vícios ao volante e saber como deixar essas manias para trás na sua operação, é só continuar conosco.
Quais são os vícios ao volante mais comuns?
Como os vícios ao volante impactam a gestão de frotas?
O que são vícios ao volante?
Os vícios ao volante nada mais são que hábitos ou comportamentos que podem colocar o motorista e os demais passageiros do veículo em risco.
Eles podem afetar o desempenho do carro por uma série de motivos, como aumentar o consumo de combustível e as despesas com manutenção ou até mesmo resultar em multas de trânsito.
Tendo isso em mente, identificar e combater essas práticas é uma das melhores formas de:
- Proteger a segurança, a saúde e o bem-estar dos usuários
- Reduzir custos associados a acidentes de trânsito
- Conscientizar sobre os maus hábitos
- Evitar despesas e manter a operação em pleno funcionamento
Ainda que seja responsabilidade da equipe seguir as normas de trânsito, em muitos casos os vícios ao volante passam despercebidos ou os motoristas sequer sabem dos riscos envolvidos.
Portanto, também é papel dos gestores alertar sobre esses comportamentos perigosos e promover a segurança no trânsito com a sua operação.
Quais são os vícios ao volante mais comuns?
Nada melhor que dar exemplos práticos sobre quais são os vícios ao volante para te ajudar a evitá-los. Confira a seguir.
1. Descer ladeiras em ponto morto
Quando falamos sobre vícios ao volante, esse talvez seja um dos mais comuns no trânsito, devido a falsa sensação de que deixar o carro em ponto porto é uma forma de economizar combustível.
Mas isso não passa de um mito. Na verdade, descer ladeiras com o veículo desengatado estressa o motor do carro e sobrecarrega as pastilhas de freio.
Isso porque quando o veículo está em ponto morto, uma quantidade bem maior de combustível é injetada no motor, já que o sistema entende que ele está em marcha lenta.
Além disso, a marcha engatada ajuda a controlar a velocidade do carro. Por outro lado, esse controle fica apenas por conta do freio mecânico quando em ponto morto, o que acaba desgastando as pastilhas e ainda pode fazer o automóvel desgovernar e causar um desastre.
Outro motivo bem convincente para deixar esse hábito para trás é que circular com o carro desengatado configura infração de trânsito, sujeita a multa no valor de R$ 130,36 e quatro pontos na carteira.
Sugestão de leitura: Gestão de multas: um plano estratégico de gestores orientados pela segurança
2. Apoiar a mão na alavanca de câmbio
Essa prática também é bastante comum no trânsito. Os motoristas adquirem a mania de deixar uma das mãos apoiada na alavanca de câmbio, principalmente de carros manuais.
A princípio, como qualquer vício, esse parece ser inofensivo, quando na verdade existe um prejuízo bem significativo que pode surgir com essa prática.
Igual no caso anterior, dirigir com apenas uma das mãos no volante caracteriza infração, com multa no valor de R$ 85,13 e quatro pontos na carteira.
3. Manter o pé na embreagem
Outra prática comum entre os motoristas é manter o pé apoiado na embreagem enquanto o carro está em movimento ou parado, porque muitos acreditam que isso agiliza a troca de marchas.
Contudo, esse é um dos vícios ao volante que mais causam prejuízos. Isso porque o sistema de embreagem consegue multiplicar em até 50 vezes o peso aplicado sobre o pedal.
Por mais leve que seja o toque nessa peça, causa um desgaste em discos, molas e rolamentos do sistema, o que diminui a vida útil da embreagem em até 50%.
O estrago pode até não ser imediato, mas para você ter uma ideia, a troca dessas peças pode custar até R$ 2 mil. Esse gasto pode ser adiado por vários anos, basta deixar de lado a mania de apoiar o pé no pedal.
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4. Usar os controles de aceleração e embreagem em aclives
Mais um hábito que pode causar danos semelhantes ao anterior é manter o carro parado em subidas usando os controles de aceleração e embreagem.
Isso pode causar um desgaste prematuro, já que as peças estão sendo forçadas a realizar uma atividade para a qual não foram projetadas, o que pode levar a danos nos discos e na placa de embreagem.
O sistema de transmissão (incluindo o volante do motor e o disco de embreagem) também pode superaquecer, o que pode levar à falha prematura desses componentes e exigir reparos caros.
Sem falar que manter o carro parado em aclives usando apenas o acelerador para evitar que ele recue pode aumentar significativamente o consumo de combustível.
5. Ficar com o braço para fora da janela
Entre os vícios ao volante, esse é sem sombra de dúvidas um clássico, principalmente nos dias mais quentes. Nesses casos, é natural que o motorista apoie o cotovelo na porta, deixando uma parte do braço para o lado de fora mesmo sem perceber.
Justamente por ser muito comum no trânsito, acabamos adquirindo a prática também. O problema é que, além de ser perigoso, também é uma infração média.
Quando levamos em consideração outros prejuízos, como riscos de assaltos, colisões com obstáculos e a possibilidade de amputação em capotamentos, fica claro como esse hábito pode ser perigoso.
6. Dirigir com o tanque na reserva
Bom, a verdade é que não existe nenhuma vantagem em andar com o tanque sempre na reserva. Muito pelo contrário, o motorista apenas corre o risco de ficar parado no meio da pista por falta de combustível, o que é considerado uma infração média.
Colocando na ponta do lápis, o item custa cerca de R$ 300,00 e, somando a mão de obra, a troca do filtro e o conserto do bico de injeção, o que facilmente pode dobrar os prejuízos.
Já um tanque cheio de gasolina, por exemplo, custa cerca de R$ 250,00. Como abastecer o carro é algo inevitável, não existe nenhum motivo bom o suficiente para manter esse hábito prejudicial.
Como os vícios ao volante impactam a gestão de frotas?
Acreditamos que os impactos negativos tenham ficado mais evidentes, no entanto, nunca é demais reforçar. Olha só os efeitos dos vícios ao volante no consumo de combustível e nas despesas com manutenção.
Consumo de combustível
Alguns desses comportamentos, como acelerar e frear bruscamente, podem aumentar o consumo de combustível em até 30%.
Outros vícios ao volante, como dirigir em excesso de velocidade ou com o carro desregulado, também podem gerar custos adicionais. Para reduzir esses gastos, é importante evitar:
- Arrancadas e frenagens bruscas: acelerações súbitas e frenagens intensas não só desperdiçam energia e combustível, mas também reduzem a eficiência do veículo.
- Marcha lenta prolongada: ficar com o veículo em marcha lenta por longos períodos consome combustível sem necessidade alguma, então é mais vantajoso desligar o motor nessas situações de espera.
- Uso inadequado do câmbio: trocas de marcha em momentos inadequados ou marcha baixa em velocidades elevadas também aumentam os gastos com abastecimento.
- Pneus subinflados: devido a pressão inadequada, há maior resistência ao rolamento, o que exige mais combustível para manter o veículo em movimento.
- Carga desnecessária: o transporte de carga adicional ou até mesmo de bagagem no teto do veículo aumenta a resistência do ar, então também pode levar a um maior consumo de combustível.
Sugestão de leitura: Como ter controle e economia de combustível na gestão de frotas leves?
Despesas com manutenção
Os prejuízos dos vícios ao volante não param com os gastos de combustível, já que também podem impactar o plano de manutenção de diversas formas, desgastar de forma prematura os componentes do carro, levar a reparos ou substituições mais frequentes e por aí vai.
Confira mais sobre esses impactos:
- Suspensão: dirigir sobre buracos e obstáculos ou ultrapassar lombadas inadequadamente, pode danificar a suspensão do veículo, levando a reparos com custos bem elevados.
- Motor: uma condução agressiva e acelerações rápidas podem aumentar o desgaste do motor e de seus componentes, diminuindo a vida útil da peça e requerendo manutenções mais frequentes.
- Sistema de escape: outro resultados dessa condução agressiva é acelerar o desgaste do sistema de escape, o que resulta em vazamentos, problemas de emissões e a necessidade de reparos.
- Manutenção preventiva: motoristas com vícios ao volante também tendem a ignorar trocas de óleo regulares, verificação de fluidos e inspeção periódica, o que pode levar a problemas mais graves e caros no futuro.
Para economizar dinheiro, prolongar a vida útil do veículo e não colocar a vida de ninguém em risco, o ideal é adotar práticas de direção defensiva, assim como seguir as recomendações do fabricante para a manutenção.
Como evitar os vícios ao volante?
O combate de vícios ao volante não é apenas sobre preservar o veículo, mas também garantir a segurança da própria equipe. Não é por acaso que muitos dos exemplos que mencionamos configuram infrações de trânsito.
Tendo isso em mente, também vamos compartilhar algumas dicas para evitar essas práticas e potenciais prejuízos e acidentes:
Ter consciência dos hábitos
O primeiro passo para combater hábitos prejudiciais é identificá-los, e com o volante não seria diferente. Você pode compartilhar esse material com a equipe ou reunir todos para discutir sobre os pontos-chave, por exemplo.
Assim, eles ficarão mais atentos sobre os vícios ao volante e poderão tomar medidas para corrigi-los quando perceberem.
Se concentrar na estrada
Quando seus motoristas estiverem dirigindo, o foco deles deve ser na estrada e na sua condução. E o mais importante, evitar distrações, como conversas paralelas e uso do celular e de outros dispositivos.
Cumprir as regras de trânsito
Respeitar as leis de trânsito é imperativo, principalmente em relação aos limites de velocidade, aos sinais de trânsito e aos semáforos. Isso não apenas mantém a sua equipe segura, mas também evita penalidades e perda de pontos na carteira.
Dirigir de forma preventiva
Estar sempre vigilante ao que está acontecendo ao redor e praticar a direção preventiva é mais um passo importante para antecipar as ações de outros motoristas e tomar medidas proativas para evitar acidentes.
Oferecer cursos de direção defensiva
Também considere a possibilidade de investir em cursos e treinamentos de direção defensiva para sua equipe. Assim, os profissionais terão a oportunidade de aprimorar suas habilidades e conhecimentos de segurança no trânsito.
Sugestão de leitura: Capacitação e gestão de frotas: quais são os cursos acadêmicos para profissionais da área?
Manter o veículo sempre em boas condições
Nesse caso, a responsabilidade vem principalmente dos gestores. Os motoristas devem ser encorajados a relatar quaisquer problemas, mas garantir que os veículos estejam em boas condições e mais seguros deve ser uma iniciativa da gestão, colocando em prática um plano sólido.
Descansar adequadamente
Uma prática que não deve ser aceita é dirigir enquanto estiver cansado. Afinal, a fadiga no trânsito pode prejudicar a concentração, os reflexos e os tempos de reação. Sendo assim, os gestores devem estabelecer limites claros nesses casos em sua política de frotas.
Sugestão de leitura: Passo a passo para criar sua política de frotas leves
Com isso em mente, algo que você deve levar desse conteúdo para o seu dia a dia é a importância da responsabilidade compartilhada.
Para te ajudar mais ainda, separamos um guia sobre como fazer dos motoristas aliados na gestão de frota onde exploramos ainda mais a importância desse trabalho em equipe. É completo, gratuito e acessível para você agora mesmo.